domingo, 21 de agosto de 2011

Eu contra...

Meu inimigo não está lá fora, não tem um rosto, um emprego, uma família, não tem sequer um nome, não há nada físico que eu possa xingar, bater e, quem sabe até, em um momento de loucura, matar. A batalha é diária, o sofrimento é latente e o inimigo, uma parte de mim. É a minha parte enferma, o tumor que ocupou a alma, que comprime, sufoca, corrói. Não há um só dia que eu não me coloque de joelhos e me curve para, inutilmente, tentar tirá-lo de mim. Não há um só dia. Nunca consigo. E os dias passam, e ninguém percebe, e eu me sinto cada vez mais refém, um dos lados de uma guerra sentenciada, perpétua, possivelmente, perdida. Estranhamente, as maiores batalhas são contra nós mesmos, contra o que nos tornamos com o passar dos anos. E muitas vezes não há como vencer... ao menos, não sozinhos. Por isso, é possível que o primeiro combate a ser vencido, o primeiro passo a ser dado, seja reconhecer, levantar e gritar o mais alto que puder: “Eu preciso de ajuda.”


Angel.

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